A encenação mostra a história de um contador de "causos" chamado SEU BOMFIM, um velho homem do sertão brasileiro, que narra acontecimentos do seu passado, onde rememora pessoas e locais; expõe pensamentos sobre questões diversas (morte, vida, dualidade do ser, bem e mal, Deus,tempo). O velho surge contando um episódio vivido por ele sobre um homem que deixou sua família e sua vida para se colocar numa canoa, no meio de um rio, de onde não sai.
Para o ator e criador Fábio Vidal, o personagem é "um grande questionador da vida, que busca respostas que tenta encontrar sua identidade cultural e corporal, numa tentativa desenfreada de resgatar suas perdas e encontrar um sentido que norteia sua vida". Suas histórias, seu humor, questionamentos e ações levam o espectador a adentrar na sua psicologia colocando em evidência seu drama humano pessoal que se encontra atrelado a uma cultura sertaneja – nordestina – brasileira.
Amor, morte, vida, família, pecado, culpa, alegria, saudade, tempo, relação, misticismo, religião, medo, ódio, devastação são temas abordados nesse espetáculo que expõe um indivíduo no seu interior, intimidade e solidão. Tudo dentro da atmosfera de Guimarães Rosa, cheia de crueldade e poesia.
Vidal constrói a montagem utilizando poucos elementos externos e baseando-se na arte do ator, esse espetáculo ganha vida através da exploração de possibilidades expressivas, narrativas-sonoras e corporais, que prevê a existência e a crença numa realidade metafísica e a tentativa de contato com o indizível, num texto que surge da experimentação prática, de onde foi formada a estrutura dramática.
O espetáculo já percorreu de norte a sul do país – de Belém a Blumenau, foi reconhecido e aclamado pelo público e crítica por onde passa. Motivos que o fizeram continuar na estrada até o presente momento, levando para o povo Brasileiro a ótica e o comportamento desse louco – vidente chamado SEU BOMFIM. “E ói que o Sertão é o mundo”
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