Uma celebração das artes da cena. Pode ser uma definição para o que foi o evento Cidades Invisíveis, que aconteceu nos dias 4, 5 e 6 de novembro na Escola de Belas Artes da UFBA, pensado pelo Teatro de Potlach, grupo italiano em sua segunda passagem por Salvador. O grupo leva para o ambiente cênico a atmosfera do livro do também italiano Ítalo Calvino. Diferentes cidades, diferentes formas de viver e sentir a cidade. Diferentes nuances. Diferentes poeiras.
Bem, e a EBA fez-se uma espécie de cidade. Cidade reunindo diferentes expressões cênicas. Todas simultâneas. Todas muito possíveis. E todas fomando um espetáculo do excesso. Excesso no aspecto positivo e também moderno. Tudo acontecendo ao mesmo tempo, causando novos sentidos, causando devidos incômodos, causando dispersão, causando novos olhares.
E por que Dionísio Importado? Porque aquela essência dionísiaca da perda do sentido da individuação, do perder-se no meio do todo, do outro interferir no meu sentido, no meu olhar, naquilo que eu quero ter atenção. Tudo isso é coisa antiga, mas aqui, pra nossa terra parece nova. Coisa simples, que só demanda de artistas com fome de fazer, uma universidade disposta a receber. Um espaço livre para fazer e pronto. Unidos os ingredientes, logo faz-se a luz ou o bolo.
Fiquei contente, perdida entre tantas cenas. Mas também ensimesmada. Como somos provincianos... precisamos de uma tutela de fora para juntar as nossas próprias forças. Para juntar a nossa própria gente para fazer arte. Precisamos de gente de fora para abrir nossa universidade para mostrar sua própria produção.
Ah, e a minha alegria, frente ás cenas ficou meio muda. Não sabia se mais sorria, ou se me decepcionava.
O fato é que o espetáculo em si era bonito de ver. Teatro, dança, performance, graffite, artes plásticas, arte clown. Tudo concomitantemente agindo e interagindo. Certas alturas, até latinhas de skol já eram mercadas naquela nova cidade. Cidade de artistas menos invisíveis.
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